segunda-feira, 21 de julho de 2008

LOUÇA DE BARRO CABOCLO, BARRO VIDRADO E BARRO ESMALTADO - LOUÇA DO BRASIL








Os monumentos cerâmicos brasileiros não tem certidão de nascimento
É a História da Companhia de Jesus no Brasil que temos informações valiosas, ali encontramos, que no século XVI, a industria da cerâmica- telhas, ladrilhos, e louça, foi dirigida na Bahia pelo irmão Amaro Lopes, oleiro, que conhecia a arte e ensinava ao pessoal do Colégio, escravos e livres. Fábricas de louças finas nunca medraram no Brasil antigo, talvez devido a falta de recursos dos oleiros, ou mais seguramente pela concorrência européia , notadamente inglesa e francesa
Em Minas Gerais, temos a notícia da louça do Saramenha , perto de Ouro Preto , no começo do século passado .Bem perto dali ,na região de Taquaruçu,houve uma fábrica da qual pode-se ter notícia, transcrevendo a carta abaixo, existente no arquivo da Família Imperial, folha 142 número 6988, enviada por Manoel dos Santos Viana, avô do prof.. Helio Viana, a quem devemos a sua comunicação, endereçada ao Dr Luis Carlos da Fonseca
datada de 26 de junho de 1868. O seu texto é o seguinte: Aqui cheguei ontem sem novidades e tive pressa em satisfazer a exigência de sua carta. Os fabricantes da louça São Filipe,,Teixeira e sua filha D Florinda , em sociedade com Antônio Pereira de Araújo Tavares. O processo por eles empregado, é o antigo e simples processo de fabricação da louça de Caeté , isto é, feita a apuração pelo tamis, é amassado a braço fazem a louça em uma roda tocada com o pé, queimada esta em forno ordinário, e vidrada em pedra moída O barro empregado é de diversas cores e existe em grande abundância nos arredores , assim como as pedras para todos os vidros .
Começou pela década de 50, no Rio de Janeiro, à rua do Espírito Santo 45, a Fábrica Nacional de louça branca vidrada, de José Gory ,
. Era um estatuário de segunda ordem, mas caprichoso e fabricava figuras para jardim, ornatos, vasos globos pinhas, repuxos, bustos leões colunas balaústres , capitéis, baixo-relevo. Merece simpatia o ceramista Gory . É esta a única fábrica que existia no Império era valentemente um concorrente às manufaturas das Devezas e de Santo Antônio do Porto
O ceramista assinava suas peças em baixo= Gory em preto
Pesquisa :As Artes plásticas no Brasil – prof - Francisco Marque Dos Santos
Price guide to Uncommon=Antiques and Oddities
Word Guide to Antiques and their Prices- SOTHEBYS
The Lyle Antiques e their Values

O COLONIAL BRASILEIRO
Dados Históricos
Para falar em estilo brasileiro, temos inevitavelmente que nos reportar a Portugal,pois foi lá que vieram todas as peças de mobiliário que serviram de modelo para a cópia e a interpretação dos nossos artistas. Não seria de se esperar que no período colonial surgissem movimentos de criação artística ou mesmo modernismos.A dureza e dificuldade da vida dos primeiros séculos não deixavam espaço para preocupações que não as de ordem utilitária.
No caso de alguma criação artística, ela estava sempre voltada para o aspecto religioso. Daí o grande número de Igrejas construídas durante os dois séculos de Colônia. As igrejas tinham que contar com o tesouro da Coroa,pelo que a sua construção era mais morosa e acidentada; principalmente no litoral. Desencadeou-se grande rivalidade entre os senhores dos lugarejos, de que resultou o aparecimento de inúmeros trabalhos de arte . Quem menos se beneficiou do segundo ciclo do ouro foi o Brasil, que viu o seu precioso metal sendo embarcado para Portugal; sem que uma parte revertesse para benefício da terra. Isso gerou lutas e revoltas violentas, com a Inconfidência Mineira [1789]

O SÉCULO XVIII
Devemos notar , aqui, principalmente que os monumentos criados no Rio de Janeiro eram de inspiração neoclássica, sendo que na Bahia o ‘Barroco’ encontrou maior expressão; já e ali deixaram desenhos ,em Minas Gerais passou-se diretamente para o’Rococó’, porém com linhas um pouco mais severas e menos rebuscadas.
No Brasil, esse foi um período de excessos e frivolidades, com abuso de linhas curvas e de técnica muito precária. Tinham aparência pesada com pernas em ‘S’. Raramente eram pintadas ou douradas. Os marceneiros baianos, por exemplo , se esmeravam , dando às cadeiras pernas muito arqueadas, e ornatos barrocos., O ESTILO MINEIRO- VENEZIANO e o ESTILO MINEIRO-GOIANO
No século XVI se destacaram duas fontes de influência na fabricação dos nossos móveis:foi uma adaptação do estilo Dom João V , trazidas por artistas italianos que estiveram em Ouro Preto e ali deixaram desenhos que passaram a orientar toda a fabricação do mobiliário local. A outra fez nascer o estilo’Mineiro Goiano’, de influência flamenga , caracterizado por utilizar modelos do século anterior . Eram sempre peças singelas e funcionais, próprias para as fazendas para onde foram criadas.

No século XIX, com Dom Pedro II, o mobiliário recebeu , além de outras , influência do estilo Luis Felipe , quando se usou o capitonnê , a palhinha e os pés de cachimbo, com já mencionei .Foi introduzido aí , o verniz boneca , técnica que consiste em aplicar o brilho vítreo com grosso chumaço de algodão..
O ALEIJADINHO
Muito se tem estudado e falado sobre o Mestre Antônio Francisco Lisboa. .O aleijadinho.Viveu no período áureo de Minas,.Nasceu em Vila Rica ,mulato filho de Manuel Francisco Lisboa, carpinteiro português.
Desde muito cedo Antônio revelou sua veia artística. Na mocidade foi personalidade inquieta, ligado a bebidas e festas.- poucas obras desta época, onde se percebe o trabalho ligeiro, sem preocupações, e um tanto ingênuo. Havia também um traço de zombaria e irreverência. A partir de 1777, a morte do pai e sua própria doença marcaram-lhe profundamente a personalidade, calcando sua obra.Qual foi a doença é um fato bastante discutido, sem dúvida porém era de caráter infeccioso e causou muito sofrimento, desconforto e mutilação.Sabemos no entanto , que em nenhum período da sua doença ele esteve afastado do convívio humano.
.Nestes anos ,precisamente entre 1770 1780 produziu obras como a Igreja de N Senhora do Carmo de Sabará, a de São João Del Rei.
Antônio Francisco se tornou um homem fechado, irritadiço e exigente. Suas obras ficaram marcadas como trágicas e místicas. Transferiu-se para Congonhas do Campo onde viveu vário anos . Diminuiu o volume de suas obras , mas elas ganharam uma qualidade e intensidade emocional que emocionou o mundo . Mais tarde pobre e cansado voltou a Vila Rica e ocupou-se da decoração do interior da Capela de NOSSA SENHORA DO CARMO, na qual foi auxiliado por seu escravo e discípulo Justino. Faleceu em 18 de novembro de 1814, nunca em viva foi reconhecido como grande mestre que era.
Características da sua obra:
Olhos sempre amendoados
Nariz fino e saliente
Boca entreaberta e bem delineada
Queixo sempre em duas saliências bem marcadas
Polegares recuados e bastante alongados
Pés sempre em ângulo reto
Cabelos sempre penteados em rolos definidos
Barba bipartida e recuada nas face

O ESTILO DE ÉPOCA

É curioso saber como os fatos históricos e religiosos, as guerras, influíram no estilo da vida dos povos, e conseqüentemente, no estilo do mobiliário, fazendo-o mudar a cada página virada na História do homem Embora vivendo em mundos diferentes, com vários séculos separando a humanidade, os artesãos de todos os tempos, tinham a mesma dimensão de sensibilidade artística e pureza de concepção.

Elementos Constitutivos do móvel,
No elemento técnico levamos em consideração duas divisões:
Os componentes- isto é, a madeira, a forma de montagem, os encaixes.
Os utilitários: isto é, aqueles que conferem à peça melhores condições de servir ao fim a que se destina, de modo a torná-la mais prática e eficiente.
No elemento artístico, é importante:
Da forma
Da decoração

O RENASCIMENTO NO MUNDO

O renascimento compreende os séculos XV e XVI época em que a Europa , atravessava uma situação conflitante. A escultura tinha lugar de destaque nas artes. No mobiliário, a nogueira era a madeira mais usada , em substituição ao carvalho dos períodos anteriores . Os móveis ainda eram grandes, superpostos , porém o que marcou a transição do estilo gótico para a Renascença foi a ornamentação. O mobiliário constava de pés de animais , com esculturas. Medalhões com figuras no centro contornados de espessas guirlandas de flores e frutos . As cadeiras típicas eram aquelas cujos braços e pernas, em uma só peça, se cruzavam em X sendo o assento .em couro ou madeira .Os tecidos usados eram veludos, damascos e brocados, havia ainda a incrustação de marfim.

Na França usavam-se ainda os arabescos, eram parecidos com folhas de pergaminho , tendo as bordas enroladas e desiguais . Era muito comum a ‘chaise’, grandes cadeiras de espaldar alto, parecida com a cadeira medieval.

Na decoração o mais típico do estilo flamengo foram as mesas: possuíam o tampo repousado sobre pés grossos em forma de urnas ou bulbos , o que dava um aspecto bastante robusto à peça

Na Espanha a arte renascentista por estar ligadas aos modelos de inspiração árabe , criou uma exuberância semelhante á arte de ourivesaria , sendo chamado [plataria]. No mobiliário, foi a época do ‘arcon’, arca com aberturas laterais e gavetas no seu interior
A mesa com pés em lira, cadeiras de três pernas e espaldar bem alto e estreito .

Na Inglaterra, o Renascimento é o estilo ‘elizabetano’, também chamado de ‘late Tudor, que vai de 1558 a 1603
O estilo jacobino foi uma conseqüência do elizabetano- usava-se lambris que cobria totalmente as paredes e o contraste entre madeira e o teto branco , marcava a moda. Os móveis eram sempre maciços com puxadores de ferro, a madeira era o carvalho que reinava
de modo absoluto, os tecidos eram mais pesados:veludo escuros.

Foi nesta época que apareceram as ‘bow window’ ,janelas projetadas para fora do alinhamento do prédio, comento aqui; que possuo uma bow window na minha casa.

Na Alemanha
A renascença alemã apresenta duas escolas: a primeira copiou os italianos, com uma escultura ornamental vigorosa e pesada, quase sem refinamento ; já a segunda teve um caráter mais independente e nacional, como aparece na fachada da Igreja de São Miguel , em Munique.
O mobiliário também era pesado e muito ornamentado. As cadeiras, inspiradas nos ‘sgabeli’ italianos, tinham uma figura bastante singular com o encosto trapezoidal e côncavo, sendo os pés unidos dois a dois. Havia também as cadeiras com o encosto bem trabalhados e os pés oblíquos- tinham extremidades inferiores mas espaçadas que as superiores. Os bufês eram avantajados, de dois andares , com decoração cheia de riqueza e detalhes de ornamentos.

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